CRIACAO DOS ESPÍRITOS
a.1.
CRIACAO PRIMORDIAL
....Neste processo, Deus
multiplicou-se, como que se dividindo num número infinito de seres e no entanto
continuando uno. Nos três momentos, a unidade de Deus permanece intacta e
idêntica. Em vista de, ao Todo, nada se poder acrescentar, a criação ocorreu e
permaneceu no seio do Tudo-Uno-Deus. Em outras palavras, poderemos imaginar
este processo criador, como uma íntima auto-elaboração, pela qual Deus se
transformou, de seu estado homogêneo e indistinto, em outro seu estado
diferenciado e orgânico. (O SISTEMA – Pietro Ubaldi – Cap II – Pág. 37 – 2 ed)
“Essa era de puros espíritos perfeitos, bem diferentes em toda sua qualidade,
daquela em que nos achamos atualmente situados...” (O SISTEMA – Pietro Ubaldi –
Cap II – Pág. 38 – 2 ed)
“Pode dizer-se que o
Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do
mundo material” (LE questão 76)
“Como sabeis, o Espírito, quando reveste o corpo de carne, já tem feito a
escolha de suas provações. Bem deveis, portanto, compreender que antes de
começar uma nova existência terrena, ele está destinado à vida de família ou à
esterilidade. Os arrastamentos da carne também são muitas vezes uma prova de
que lhe cumpre ESFORÇAR-SE por sair vitorioso [...].” (Os 4 Evangelhos de
Roustaing – Tomo 3 p.176)
a.2. VIVÊNCIA EVOLUTIVA ENCLAUSURADO NA MATÉRIA
“O perispírito, ou corpo fluídico dos
Espíritos, é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico; é uma
condensação desse fluido ao redor de um foco de inteligência ou alma. Viu-se que o corpo carnal tem
igualmente seu princípio neste mesmo fluido transformado e condensado em
matéria tangível; no perispírito, a transformação molecular se opera diferente,
porque o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suas qualidades estéreas.
O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, pois, a sua fonte no mesmo elemento
primitivo; um e outro,são da matéria, embora sob dois estados diferentes.” (A
Gênese, cap. XIV, item 7)
78. -Os Espíritos tiveram princípio, ou
existem, como Deus, de toda a eternidade?
... Podes dizer que
não tivemos princípio, se quiseres com isso significar que, sendo eterno, Deus
há de ter sempre criado ininterruptamente. Mas, quando e como cada um de nós
foi feito, repito-te, nenhum o sabe: aí é que está o mistério”. (Kardec, O Livro dos Espíritos, 33. ed., perg. 78).
“[...] Na criação, tudo, tudo tem uma origem comum; tudo vem do
infinitamente pequeno para o infinitamente grande, até Deus, ponto de partida e
de reunião.
“Não esqueçais que tudo provém de Deus e para Deus volta; de Deus uno,
criador incriado, pai de tudo e de todos; de Deus, grande motor de quanto
existe, pilar inabalável sem o qual repousam as multidões de mundos
disseminados no espaço como os átomos no ar.
“O fluido universal, que toca de perto a Deus e dele parte, constitui,
pela sua quinta-essência e mediante as combinações, modificações e
transformações de que é passível, o instrumento e o meio de que se serve a
inteligência suprema para, pela onipotência da sua vontade, operar, no infinito
e na eternidade, todas as criações espirituais, materiais e fluídicas
destinadas à vida e à harmonia universais, para operar a criação de todos os
mundos, de todos os seres em todos os reinos da natureza, de tudo que se move,
vive, é.
561/562- [...] o criador incriado, é pessoa e distinto da criação, das
criaturas, que são dele, por ele e nele e não ele, que são, pois, nesse
sentido, uma parte do ser dividido ao infinito, para o efeito de elevar-se do
infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na
imortalidade.
“[...] o que assim vos foi explicado vos mostra o Espírito na origem de
sua formação, como essência espiritual, saindo do todo universal, isto é, do
conjunto dos fluidos espalhados no espaço e que são a fonte de tudo o que
existe, quer no estado espiritual, quer no estado fluídico, quer no estado
material; como essência espiritual formada da quintessência desses fluidos,
pela vontade do Senhor onipotente. [...]” (Os 4 Evangelhos de Roustaing – Tomo 1 p.
288-290 e Tomo 4 p. 561-562)
“O que Deus lhe faz
dizer, pelos seus mensageiros, e o que, aliás, o homem poderia deduzir, ele
mesmo, do princípio da soberana justiça, que é um dos atributos essenciais da
Divindade, é que todos têm um mesmo ponto de partida; que todos são criados
simples e ignorantes, com uma igual aptidão para progredir pela sua atividade
individual; que todos atingirão o grau de perfeição compatível com a criatura
pelos seus esforços pessoais; que todos, sendo filhos de um mesmo Pai, são
objeto de uma igual solicitude; que não há nenhum mais favorecido ou melhor dotado
que os outros, e dispensado do trabalho que seria imposto a outros pra alcançar
o objetivo.” (A Gênese, cap.XI item 7)
b) JUSTIÇA DO PROCESSO
“E criou DEUS o homem a sua imagem, a imagem de DEUS o
criou...” (GEN 1:27 - TORÁ – A lei de Moisés – Pág. 3 – Editora
Sêfer)
115. Dos Espíritos,
uns terão sido criados bons e outros maus?
“Deus criou todos os
Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada
missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição,
pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que
eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes
impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos
essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros só a
suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem
afastados da perfeição e da prometida felicidade.” (L.E questão 115)
“Somente na vida
futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da
Terra. Sem a certeza do futuro, estas
máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa
certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz.
E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem
uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência,
sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada
conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos
se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre
o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que
prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não
explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência
de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele
necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não
seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem
com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e,
pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve
bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na
direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para
compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do
Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”.(ESE - CAPÍTULO V -
Justiça das aflições – Pag. 70 Item 3 – IDE)
b) EVOLUCAO GRADATIVA
“À medida que o Espírito se distancia do ponto
de partida, desenvolvem-se-lhe as idéias, como na criança, e, com as idéias, o
livre-arbítrio, isto é, a liberdade de fazer ou não fazer, de seguir este ou
aquele caminho para seu adiantamento, o que é um dos atributos essenciais do
Espírito.
O
objetivo final de todos os Espíritos consiste em alcançar a perfeição de que é
suscetível a criatura. O resultado dessa perfeição está no gozo da suprema
felicidade que lhe é conseqüente e a que chegam mais ou menos rapidamente,
conforme o uso que fazem do livre-arbítrio.
“A vida espiritual é a vida
normal do Espírito: é eterna; a vida corporal é transitória e passageira; não é
mais do que um instante na eternidade”. (Kardec, Obras Póstumas, 16. ed., p. 37).
“...Só quando o espírito atingiu a perfeição, e só então, lhe é dado
modificar voluntariamente o seu perispírito, de acordo com as necessidades do
momento, com as regiões que tenha de percorrer, com as missões que o senhor lhe
confiar, conservando-se inalterável a essência purificada do mesmo
perispírito.
(Os 4 Evangelhos de Roustaing – Tomo 1 p.299)
c) PROGRIDEM DE FORMA IGUAL?
“São criados iguais,
porém, não sabendo donde vêm, preciso é que o livre-arbítrio siga seu curso.
Eles progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade”
(L.E questão 127)
“De posse do
Livre-arbítrio, podendo escolher o caminho que prefiram seguir, os Espíritos
são subordinados a outros, prepostos ao seu desenvolvimento. É então que a
vontade os leva a enveredar por este caminho de preferência àquele”.
“A vontade, atuando então no exercício do Livre-arbítrio, traça uma
direção boa ou má ao Espírito que, deste modo, pode falir ou seguir
simplesmente e gradualmente o caminho que lhe é indicado para progredir. Muitos
se transviaram: alguns resistem aos arrastamentos do orgulho e da inveja”.
“[...] aqueles que, dóceis seguem simplesmente e gradualmente o caminho
que seus guias lhes indicam para progredirem atraem os Bons Espíritos, simpáticos
às suas tendências boas, ao seus bons sentimentos e pendores.” (Os 4 Evangelhos
de Roustaing – Tomo 1 p.297-298)
e) DIFERENTES ORDENS DE
ESPÍRITOS
96. “São iguais os Espíritos, ou há entre
eles qualquer hierarquia?”
“São de diferentes ordens, conforme o grau
de perfeição que tenham alcançado.” (Kardec, O Livro dos Espíritos, 33. ed., perg. 96).
97. “São ilimitadas
em número, porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como
barreiras, de sorte que as divisões podem se multiplicadas ou restringidas
livremente. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas
podem reduzir-se a três principais.
“Na primeira, colocar-se-ão os que
atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o
que neles predomina. Pertencerão a
terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos
imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal, e todas as paixões más que lhes
retardam o progresso, eis o que os caracteriza.” (L.E questão 97)
“só deus é perfeito de toda a eternidade. só ele tem a perfeição
absoluta: o amor universal infinito, a ciência universal infinita.
só deus pode dizer: não
irei mais longe, [...] o espírito
criado jamais o pode igualar. ora, como tudo, no universo, na imensidade, no
infinito tende sempre a progredir.
“a perfeição moral como a intelectual é relativa, um espírito pode ser
moral e intelectualmente perfeito com relação a todos os mundos inferiores ao
que ele habita, pode ser muito elevado relativamente a vós outros, na
hierarquia espírita; perfeito, moral e intelectualmente, com relação ao vosso
planeta, e não ter chegado ainda ao ponto culminante da perfeição,
cumprindo-lhe, para atingi-lo, progredir muito em ciência universal. são esses
os espíritos que indicais pela designação de espíritos superiores.
“o ponto culminante da perfeição é a perfeição sideral, isto é, a
perfeição moral e intelectual. [...]
“também entre os puros espíritos, que, em pureza são todos iguais, por
haverem chegado todos à perfeição moral, há hierarquia, conforme já o
explicamos (1 vol. Pág. 326)), sob o ponto de vista da ciência universal.
[...]” (Os
4 Evangelhos de Roustaing – Tomo 1 pág.326-327 e Tomo 2 pág.477)
d.1.
ESCALA ESPÍRITA
d.1.1
- Terceira Ordem - Espíritos Imperfeitos
CARACTERES GERAIS — Predominância da matéria
sobre o Espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as
paixões que lhes são conseqüentes.
Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
Nem todos são
essencialmente maus. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que
verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de
não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se
comprazem no mal e rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo.
[...]
Podem
compor cinco classes principais.
Décima classe — ESPÍRITOS IMPUROS
— São inclinados ao mal, de que fazem o objeto de suas preocupações. Como
Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se
mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de
caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à
perdição, satisfeitos com o que conseguirem retardar-lhes o adiantamento,
fazendo-os sucumbir nas provas por que passam. [...].
Nona classe — ESPÍRITOS
LEVIANOS — São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em
tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar
pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em
erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os
Espíritos vulgarmente tratados de duendes,
trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos
superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos
servidores. [...]
Oitava Classe — ESPÍRITOS
PSEUDO-SÁBIOS — Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, crêem saber
mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos sob diversos
pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade, de natureza
a iludir com respeito às suas capacidades e luzes. Mas, em geral, isso não
passa de reflexo dos preconceitos e idéias sistemáticas que nutriam na vida
terrena. É uma mistura de algumas verdades com os erros mais polpudos, através
dos quais penetram a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda
não puderam despir-se.
Sétima Classe — ESPÍRITOS NEUTROS
— Nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal.
Pendem tanto para um como para o outro e não ultrapassam a condição comum da
Humanidade, quer no que concerne ao moral, quer no que toca à inteligência.
Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.
Sexta Classe — ESPÍRITOS
BATEDORES E PERTURBADORES — Estes Espíritos, propriamente falando, não formam
uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem caber em todas as
classes da terceira ordem. Manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis
e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos,
agitação do ar, etc. Afiguram-se, mais do que outros, presos à matéria. Parecem
ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer atuem
sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quer nas entranhas da terra.
Reconhece-se que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física,
quando denotam caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem
produzir tais fenômenos, mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como
atribuições dos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as
coisas da inteligência; quando julgam úteis as manifestações desse gênero,
lançam mão destes últimos como seus auxiliares.
d.1.2 - Segunda Ordem — Bons Espíritos
CARACTERES
GERAIS — Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas
qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que
hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais
adiantados reúnem o saber às qualidades morais. Não estando ainda completamente
desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem, os
traços da existência corporal, assim na forma da linguagem, como nos hábitos,
entre os quais se descobrem mesmo algumas de suas manias. De outro modo, seriam
Espíritos perfeitos. [...]
Quando
encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os movem o
orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou
ciúme e fazem o bem pelo bem.
Podem
ser divididos em quatro grupos principais.
Quinta Classe — ESPÍRITOS
BENÉVOLOS — A bondade é neles a qualidade dominante. Apraz-lhes prestar serviço
aos homens e protegê-los. Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Hão
progredido mais no sentido moral do que no sentido intelectual.
Quarta Classe — ESPÍRITOS SÁBIOS
— Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as
questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior
aptidão. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade e
jamais dominados por quaisquer paixões próprias dos Espíritos imperfeitos.
Terceira
Classe — ESPÍRITOS DE SABEDORIA — As qualidades morais da
ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados
conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo
reto sobre os homens e as coisas.
Segunda
Classe — ESPÍRITOS SUPERIORES — Esses em si reúnem a ciência,
a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala sempre a
benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes,
sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem
noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é
permitido ao homem saber. Comunicam-se complacentemente com os que procuram de
boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas
para compreendê-la. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele,
ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.
Quando, por exceção, encarnam na Terra, é
para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que
a Humanidade pode aspirar neste mundo.
d.1.3
- Primeira Ordem — Espíritos Puros
CARACTERES GERAIS — Nenhuma influência da
matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos
das outras ordens.
Primeira
Classe. Classe Única — Os Espíritos que a compõem percorreram
todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.
Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm
mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação
em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.
Gozam de inalterável felicidade, porque não
se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa
felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua
contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens
executam para manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos
que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes
designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao
bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema
felicidade, constitui pra eles ocupação gratíssima. São designados às vezes
pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
Podem os homens por-se em comunicação com
eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los
constantemente às suas ordens”. (Kardec, O
Livro dos Espíritos, 33. ed., perg. 101-113).
e) O ESPÍRITO REGRIDE?
118. Podem os
Espíritos degenerar?
“Não; à medida que
avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o
Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer
estacionário, mas não retrograda.” (L.E questão 118)”
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