MUNDOS HABITADOS
“São habitados todos os globos que se movem
no espaço?
Sim e o homem terreno está longe de ser,
como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto,
há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este
pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade!
Julgam que só para eles criou Deus o Universo.
Deus povoou de seres vivos os mundos,
concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar
que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que
não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma
destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na
posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir
à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de
tantos milhares de milhões de mundos semelhantes”. (Allan Kardec, O Livro dos
Espíritos, 33. ed., perg. 55).
“A casa do Pai é o Universo, a Imensidade, o
Infinito. As diversas moradas que nela há são todos os mundos, indistintamente,
os quais constituem habitações apropriadas às diversas ordens de Espíritos,
pois que a hierarquia ascensional dos mundos corresponde à dos Espíritos que os
habitam. (J.B.ROUSTAING - Os 4 Evangelhos – Tomo 4 – pág. 420 – últimos §§)
“Amadurecida a
compreensão na maioridade mental, percebe o homem a sua própria pequenez, à
frente do infinito. Reconhece que a vida divina palpita soberana, desde os
princípios magnéticos do mundo subatômico até as mais remotas constelações.
Observa que o Planeta, grande e sublime pelas oportunidades de elevação que nos
oferece, é simples grão de areia, quando comparado ao imenso universo. Cercado
por sóis e mundos incontáveis, ergue-se, dentro de si mesmo, para indagar,
quanto aos problemas da morte, do destino, da dor...” (F.C.Xavier - Emmanuel – ROTEIRO
- Cap. 40, p.167 - 7ed. – FEESP)
6.2 - DIVERSAS CATEGORIAS DE
MUNDOS
“Do ensino dado pelos
Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos
mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes.
Entre eles há-os em que estes últimos são inferiores aos da Terra, física e
moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais
ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é
toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. A
medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira
que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
Nos mundos intermediários, misturam-se o bem
e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria
dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma
classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e
da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais adiantados,
dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às
primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina
o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar
haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem
sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados,
onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de
expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
Os Espíritos que encarnam em um mundo não se
acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do
progresso que lhes cumpre realizar, para atingirem a perfeição. Quando, em um
mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam
para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros
Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam
elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes
uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o
prolongamento da sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados
para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se vêem impedidos de voltar
quando se obstinaram no mal”. (Allan
Kardec, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, 107. ed., p. 72-73).
6.2.1)
Mundos Inferiores e Mundos Superiores
“A qualificação de mundos
inferiores e mundos superiores nada tem de absoluta; é, antes, muito relativa.
Tal mundo é inferior ou superior com referência aos que lhe estão acima ou
abaixo, na escala progressiva.
Tomando a Terra por termo de comparação,
pode-se fazer idéia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes
na condição das raças selvagens ou das nações bárbaras que ainda entre nós se
encontram, restos do estado primitivo do nosso orbe. Nos mais atrasados, são de
certo modo rudimentares os seres que os habitam. Revestem a forma humana, mas
sem nenhuma beleza. Seus instintos não têm a abrandá-los qualquer sentimento de
delicadeza ou de benevolência, nem as noções do justo e do injusto. A força
bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de invenções passam
a vida na conquista de alimentos...
Nos mundos que chegaram a um grau superior,
as condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na
Terra. Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos,
jamais são perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar
o seu vizinho, nem pela guerra que daí decorre. Não há senhores, nem escravos,
nem privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual
estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia. A autoridade merece
o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre
com justiça...
Entretanto, os mundos felizes não são orbes
privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer de seus filhos; a
todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem a tais
mundos. Fá-los partir todos do mesmo ponto e a nenhum dota melhor do que aos
outros; a todos são acessíveis as mais altas categorias: apenas lhes cumpre a
eles conquistá-las pelo seu trabalho, alcançá-las mais depressa, ou permanecer
inativos por séculos de séculos no lodaçal da Humanidade (Resumo do ensino dos
Espíritos Superiores).” (Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, 107.
ed., p. 79-81).
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