O
CULTO DA MORTE E A METEMPSICOSE
Um dos traços
essenciais desse grande povo foi a preocupação insistente e constante da Morte.
A sua vida era apenas um esforço para bem morrer. Seus papiros e afrescos estão
cheios dos consoladores mistérios do além-túmulo.
OS
EGÍPCIOS E AS CIÊNCIAS PSÍQUICAS
As ciências
psíquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes dos templos.
O destino e a
comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para
eles, problemas solucionados e conhecidos.
A
ÍNDIA
A
ORGANIZAÇÃO HINDU
Dos Espíritos
degredados no ambiente da Terra, os que se gruparam nas margens do Ganges foram
os primeiros a formar os pródromos de uma sociedade organizada, cujos núcleos
representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir.
As organizações
hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam de
muito os agrupamentos israelitas, de onde sairiam mais tarde personalidades
notáveis, como as de Abraão e Moisés.
As almas exiladas
naquela parte do Oriente muito haviam recebido da misericórdia do Cristo, de cuja palavra de amor e de cuja
figura luminosa guardaram as mais comovedoras recordações, traduzidas na beleza
dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da
religião no mundo terrestre, como provindo de uma raça de profetas, de mestres
e iniciados, em cujas tradições iam beber a verdade os homens e os povos do
porvir, salientando-se que também as suas escolas de pensamento guardavam os
mistérios iniciáticos, com as mais sagradas tradições de respeito.
Nos bastidores da
civilização, somos compelidos a reconhecer que a Índia foi a matriz de todas as
filosofias e religiões da Humanidade, inclusive do materialismo, que lá nasceu
na escola dos charvacas.
Um pensamento de
gratidão nos toma o íntimo, examinando a sua grandeza espiritual e as suas
belezas misteriosas, mas, acima dos seus iogues e de seus "mahatmas",
temos de colocar a figura luminosa dAquele que é a luz do mundo, e cuja vinda à
Terra se verificaria para trazer a palma da concórdia e da fraternidade, para
todos os corações e para todos os povos, arrasando as fronteiras que separam os
espíritos e eliminando os laços ferrenhos das castas sociais, para que o amor
das almas substituísse o preconceito de raça no seu reinado sem-fim.
A
FAMÍLIA INDO-EUROPÉIA
AS
MIGRAÇÕES SUCESSIVAS
Se as civilizações
hindu e egípcia definiram-se no mundo em breves séculos, o mesmo não aconteceu
com a civilização ariana, que ia iniciar na Europa os seus movimentos
evolutivos.
Somente com o escoar
de muitos séculos regularizaram-se as suas migrações sucessivas, através dos
planaltos da Pérsia. Do Irã procederam quase todas as correntes da raça branca,
que representariam mais tarde os troncos genealógicos da família indo-européia.
Conforme
afirmávamos, os arianos que procuravam as novas emoções de uma terra
desconhecida eram, na sua maioria, os espíritos revoltados com as condições do
seu degredo; pouco afeitos aos misteres religiosos que, pela força das
circunstâncias, impunham uma disciplina de resignação e humildade, não cuidaram
da conservação do seu tradicionalismo, na ânsia de conquistar um novo paraíso e
serenarem, assim, as suas inquietações angustiosas.
ORIGEM
DO RACIONALISMO (CIÊNCIA)
Os arianos da
Europa, como ficou esclarecido, não possuíram grandes ascendentes religiosos na
sua formação primitiva, em vista do senso prático que os caracterizou nos
primeiros tempos de sua organização.
O racionalismo de suas
concepções, a tendência para as ciências positivas e o amor pela hegemonia e
liberdade são, dessa maneira, elucidados dentro da análise dos seus primórdios.
Em matéria de religião, quase todos os seus passos foram orientados pelos povos
semitas e hindus, mas, pelo cultivo da razão, puderam aperfeiçoar a Ciência até
às culminâncias das conquistas modernas.
O mundo, se muitas
vezes perdeu com as suas inquietações e com as suas lutas renovadoras, muito
lhes deve pela colaboração decidida e sincera no labor do pensamento, em todas
as épocas e períodos evolutivos.
ISRAEL
Dos Espíritos
degredados na Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e mais
homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as
mutações.
Sem procurarmos os
seus antepassados, anteriores a Moisés, vamos encontrar o grande legislador
hebreu saturando-se de todos os conhecimentos iniciáticos, no Egito antigo,
onde o seu espírito recebeu primorosa educação, à sombra do prestígio de
Termútis, cuja caridade fraterna o recolhera.
Moisés, na sua
qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura então concentrar o seu povo
para a grande jornada em busca da Terra da Promissão. Médium extraordinário,
realiza grandes feitos ante os seus irmãos e companheiros maravilhados. É
quando então recebe, de emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados
mandamentos que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo.
Antes de abandonar
as lutas da Terra, na extática visão da Terra Prometida, Moisés lega à
posteridade as suas tradições no Pentateuco, iniciando a construção da mais
elevada ciência religiosa de todos os tempos, para as coletividades
porvindouras.
O
JUDAÍSMO E O CRISTIANISMO
Estudando-se a
trajetória do povo israelita, verifica-se que o Antigo Testamento é um
repositório de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que
somente os grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo fielmente, nas épocas
mais remotas.
Eminentes
espiritualistas franceses, nestes últimos tempos, procuraram penetrar os seus
obscuros segredos e, todavia, aproximando-se da realidade com referência às
interpretações, não lhes foi possível solucionar os vastos problemas que as
suas expressões oferecem.
Os livros dos
profetas israelitas estão saturados de palavras enigmáticas e simbólicas,
constituindo um monumento parcialmente decifrado da ciência secreta dos
hebreus. Contudo, e não obstante a sua feição esfingética, é no conjunto um
poema de eternas claridades. Seus cânticos de amor e de esperança atravessam as
eras com o mesmo sabor indestrutível de crença e de beleza. É por isso que, a
par do Evangelho, está o Velho Testamento tocado de clarões imortais, para a
visão espiritual de todos os corações.
O
MONOTEÍSMO
O que mais admira,
porém, naquelas tribos nômadas e desprotegidas, é a fortaleza espiritual que
lhes nutria a fé nos mais arrojados e espinhosos caminhos.
Enquanto a
civilização egípcia e os iniciados hindus criavam o politeísmo para satisfazer
os imperativos da época, contemporizando com a versatilidade das multidões, o
povo de Israel acreditava somente na existência do Deus Todo-Poderoso, por amor
do qual aprendia a sofrer todas as injúrias e a tolerar todos os martírios.
Quarenta anos no
deserto representaram para aquele povo como que um curso de consolidação da sua
fé, contagiosa e ardente.
Seguiu-lhe Jesus
todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi
ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de
Judá, na Palestina.
Todas as raças da
Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação
A
CHINA
Inegavelmente, o
mais prístino foco de todos os surtos evolutivos do globo é a China milenária,
com o seu espírito valoroso e resignado, mas sem rumo certo nas estradas da
edificação geral.
Quando se verificou
o advento das almas proscritas do sistema da Capela, em épocas remotíssimas, já
a existência chinesa contava com uma organização regular, oferecendo os tipos
mais homogêneos e mais selecionados do planeta, em face dos remanescentes
humanos primitivos.
Suas tradições já
andavam de geração em geração, construindo as obras do porvir. Daí se infere
que, de fato, a história da China remonta a épocas remotíssimas, no seu passado
multimilenário, e esse povo, que deixa agora entrever uma certa estagnação nos
seus valores evolutivos, sempre foi igualmente acompanhado na sua marcha por
aquela misericórdia infinita que, do Céu, envolve todos os corações que latejam
na Terra.
A
CRISTALIZAÇÃO DAS IDÉIAS CHINESAS
A cristalização das
idéias chinesas advém, simplesmente, desse insulamento voluntário que
prejudicou, nas mesmas circunstâncias, o espírito da Índia, apesar da
fascinante beleza das suas tradições e dos seus ensinos.
FO-HI
Jesus, na sua
proteção e na sua misericórdia, desde os tempos mais distantes enviou
missionários àqueles agrupamentos de criaturas que se organizavam, econômica e
politicamente, entre as coletividades primárias da Terra.
A História não vos
fala de outros, antes do grande Fo-Hi, que foi o compilador de suas ciências religiosas,
nos seus trigramas duplos, que passaram do pretérito remotíssimo aos estudos da
posteridade.
Em seguida a esse
grande missionário do povo chinês, o Divino Mestre envia-lhe a palavra de
Confúcio ou Kong-Fo-Tsé, cinco séculos antes da sua vinda, preparando os
caminhos do Evangelho no mundo....
CONFÚCIO
E LAO-TSÉ
Confúcio, na
qualidade de missionário do Cristo, teve de saturar-se de todas as tradições
chinesas, aceitar as circunstâncias imperiosas do meio, de modo a beneficiar o
país na medida de suas possibilidades de compreensão. Ele faz ressurgir os
ensinamentos de Lao-Tsé, que fora, por sua vez, um elevado mensageiro do Senhor
para as raças amarelas. Suas lições estão cheias do perfume de requintada
sabedoria moral. No "Kan-Ing", de Lao-Tsé, eis algumas de suas
afirmações que nada ficam a dever aos vossos conhecimentos e exposições do
moderno pensamento religioso: - "O Senhor dos Céus é bom e generoso, e o
homem sábio é um pouco de suas manifestações. Na estrada da inspiração, eles
caminham juntos e o sábio lhe recebe as idéias, que enchem a vida de alegria e
de bens."
Lao-Tsé, de cujos
ensinamentos Confúcio fez questão de formar a base dos seus princípios, viveu
seis séculos antes do advento do Senhor, e, em face dessa filosofia religiosa,
avançada e superior, somos obrigados a reconhecer a prodigalidade da
misericórdia de Jesus, enviando os seus porta-vozes a todos os pontos da Terra,
com o objetivo de fazer desabrochar no espírito das massas a melhor compreensão
do seu Evangelho de Verdade e de Amor, que o mundo, entretanto, ainda não
compreendeu, não obstante todos os seus sacrifícios.
A
GRÉCIA
NAS
VÉSPERAS DA MAIORIDADE TERRESTRE - (FILOSOFIA)
Examinando a
maioridade espiritual das criaturas humanas, enviou-lhes o Cristo, antes de sua
vinda ao mundo, numerosa coorte de Espíritos sábios e benevolentes, aptos a
consolidar, de modo definitivo, essa maturação do pensamento terrestre.
As cidades populosas
do globo enchem-se, então, de homens cultos e generosos, de filósofos e de
artistas, que renovam, para melhor, todas as tendências da Humanidade.
Grandes mestres do
cérebro e do coração formam escolas numerosas na Grécia, que assumia a direção
intelectual do orbe inteiro. A maioria desses pensadores, que eram os enviados
do Cristo às coletividades terrestres, trazem, do círculo retraído e isolado
dos templos, os ensinamentos dos grandes iniciados para as praças públicas,
pregando a verdade às multidões.
Assim como a
organização do homem físico exigira as mais amplas experiências da natureza,
antes de se fixarem os seus caracteres biológicos definitivos, a lição de
Jesus, que representa o roteiro seguro para a edificação do homem espiritual,
deveria ser precedida pelas experiências mais vastas no campo social.
É por essa razão que
observamos, nos cinco séculos anteriores à vinda do Cordeiro, uma aglomeração
de inúmeras escolas políticas, religiosas e filosóficas dos mais diversos
matizes, em todos os ambientes do mundo.
A
GRÉCIA
Ao influxo do
coração misericordioso do Cristo, toda a Grécia se povoa de artistas e
pensadores eminentes, no quadro das filosofias e das ciências. É lá que vamos
encontrar as escolas Itálica e Eleática, à frente do fervoroso idealismo de
Pitágoras e Xenófanes, sem esquecermos, igualmente, as escolas Jônica e
Atomística com Tales e Demócrito, nas expressões do mais avançado materialismo.
O século de
Péricles, chegando a um apogeu de beleza e de cultura com os elevados
princípios recebidos da civilização egípcia, espalha os mais soberbos clarões
espirituais nos horizontes da Terra. Poucas fases da evolução européia se
aproximaram desse século maravilhoso.
O Salvador
contempla, das Alturas, essa época de elevadas conquistas morais, cheio de amor
e de esperança. O planeta terrestre aproximava-se da sua maioridade espiritual
quando, então, poderia Ele nutrir o coração humano com a sementeira bendita da
sua palavra. Envia, então, às sociedades do globo o esforço de auxiliares
valorosos, nas figuras de Ésquilo, Eurípedes, Heródoto e Tucídides, e por fim a
extraordinária personalidade de Sócrates, no intuito de realizar o coroamento
do esforço decidido de tantos mensageiros.
O
CUMPRIMENTO DAS PROMESSA DO CRISTO
Não podemos, porém,
esquecer que Jesus reunira nos espaços infinitos os seres proscritos que se
exilaram na Terra, antes de sua reencarnação geral na vizinhança dos planaltos
do Irã e do Pamir.
Obedecendo às
determinações superiores do mundo espiritual, eles nunca puderam esquecer a
palavra salvadora do Messias e as suas divinas promessas.
A
GÊNESE DAS CRENÇAS RELIGIOSAS
A gênese de todas as
religiões da Humanidade tem suas origens no seu coração augusto e
misericordioso. Não queremos, com as nossas exposições, divinizar,
dogmaticamente, a figura luminosa do Cristo, e sim esclarecer a sua gloriosa
ascendência na direção do orbe terrestre, considerada a circunstância de que
cada mundo, como cada família, tem seu chefe supremo, ante a justiça e a
sabedoria do Criador.
Fôra erro crasso
julgar como bárbaros e pagãos os povos terrestres que ainda não conhecem
diretamente as lições sublimes do seu Evangelho de redenção, porqüanto a sua
desvelada assistência acompanhou, como acompanha a todo tempo, a evolução das
criaturas em todas as latitudes do orbe. A história da China, da Pérsia, do
Egito, da Índia, dos árabes, dos israelitas, dos celtas, dos gregos e dos
romanos está alumiada pela luz dos seus poderosos emissários. E muitos deles
tão bem se houveram, no cumprimento dos seus grandes e abençoados deveres, que
foram havidos como sendo Ele próprio, em reencarnações sucessivas e periódicas
do seu divinizado amor. No Manava-Darma, encontramos a lição do Cristo; na
China encontramos Fo-Hi, Lao-Tsé, Confúcio; nas crenças do Tibete, está a
personalidade de Buda e no Pentateuco encontramos Moisés; no Alcorão vemos
Maomet. Cada raça recebeu os seus instrutores, como se fosse Ele mesmo,
chegando das resplandecências de sua glória divina.
Todas elas,
conhecendo intuitivamente a palavra das profecias, arquivaram a história dos
seus enviados, nos moldes de sua vinda futura, em virtude das lembranças
latentes que guardavam no coração, acerca da sua palavra nos espaços, tocada de
esclarecimento e de amor.
A
UNIDADE SUBSTANCIAL DAS RELIGIÕES
A verdade é que
todos os livros e tradições religiosas da antigüidade guardam, entre si, a mais
estreita unidade substancial. As revelações evolucionam numa esfera gradativa
de conhecimento. Todas se referem ao Deus impersonificável, que é a essência da
vida de todo o Universo, e no tradicionalismo de todas palpita a visão
sublimada do Cristo, esperado em todos os pontos do globo.
O
CRISTO INCONFUNDÍVEL
O Cristo reúne as
assembléias de seus emissários. A Terra não podia perder a sua posição
espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família romana.
É então que se
movimentam as entidades angélicas do sistema, nas proximidades da Terra,
adotando providências de vasta e generosa importância. A lição do Salvador
deveria, agora, resplandecer para os homens, controlando-lhes a liberdade com a
exemplificação perfeita do amor. Todas as providências são levadas a efeito.
Escolhem-se os instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos.
OS
PRIMEIROS CRISTÃOS
Atingindo um período
de nova compreensão concernente aos mais graves problemas da vida, a sociedade
da época sentia de perto a insuficiência das escolas filosóficas conhecidas, no
propósito de solucionar as suas grandes questões. A idéia de uma justiça mais
perfeita para as classes oprimidas tornara-se assunto obsidente para as massas
anônimas e sofredoras.
Em virtude dos seus
postulados sublimes de fraternidade, a lição do Cristo representava o asilo de
todos os desesperados e de todos os tristes.
A
PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO
Na Judéia cresce,
então, o número dos prosélitos da nova crença. O hino de esperanças da
manjedoura e do calvário espalha nas almas um suave e eterno perfume. É assim
que os Apóstolos, cuja tarefa o Cristo abençoara com a sua misericórdia,
espalham as claridades da Boa Nova por toda a parte, repartindo o pão milagroso
da fé com todos os famintos do coração.
A doutrina do
Crucificado propaga-se com a rapidez do relâmpago.
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